A VALSA DOS NAMORADOS TOCAVA NO RÁDIO.
Carlos Galhardo
gravou e seus discos venderam mais do que os de.....
...Francisco Alves, o Rei da Voz.
Valsa do amor. Valsa da felicidade. Valsa do adeus.
Valsa da saudade.
Um milhão de valsas
Embalando os bem-amados
Valsa do amor Valsa dos namorados
Pelos salões, pelos
prados em flor
Mil namorados em busca do amor
Entre mil beijos sorrindo ouvirão
Em todos os cantos esta canção
Aos namorados pertence o luar
Noite da lua
convida a sonhar
Aos namorados pertence o além
E esta valsa também.
Silvino Neto o autor
da valsa que ficou famosa.
O amor e o romantismo, sempre fizeram parte da vida dos brasileiros, uns mais outros menos,
claro, dependendo de cada coração. E sendo rádio o veiculo mais popular a partir
dos anos trinta é claro que ele sempre esteve presente na vida dos apaixonados
no Dia dos Namorados. Tal como agora, nas proximidades da data, os ouvintes eram
bombardeados com ideias de produtos para presentear o amado ou a amada. Só que
hoje as verbas de publicidade são pulverizadas na grande variedade de veículos
existentes. Mas na época o rádio reinava praticamente sozinho no mundo da
propaganda. Contudo, as sugestões de presentes não ficavam apenas no campo
material. Havia programas para os ouvintes dedicarem músicas para os namorados e
assim, semanas antes, esses já escreviam cartas ou telefonavam, dedicando esta
ou aquela música à pessoa amada. É claro que o destinatário era devidamente avisado
para estar sintonizado e poder ouvir o seu nome no rádio com direito a
recadinho. Era o máximo da ternura e de afeto!
atendendo aos pedidos no Dia dos Namorados:
operador coloca as músicas. Locutor dedica a um ouvinte especial.
Durante o dia as novelas faziam a
sua parte e quando a trama permitia, é claro, era encaixada alguma cena rápida em que o casal romântico da história renovava suas juras de amor.
Dependendo do anunciante, o comercial do intervalo era adaptado para vender seu
produto.
Os programas musicais noturnos agiam da mesma forma. Os temas
românticos tinham preferência, lógico.
Programa musical no horário noturno.
No canto esquerdo,de pé, o maestro Leo Peracchi.
Não vou me deter estabelecendo
comparações entre o Dia dos Namorados dos tempos de hoje e os daquela época de
muitos tabus e preconceitos. Já citei em outras postagens que nas novelas da
Rádio Nacional o termo amante era evitado. Quando uma moça solteira engravidava
do namorado “tinha sua honra e a da família, ultrajada”. E quando um rapaz
deflorava sua noiva “dava um mal passo”. Os temas adultério e traição eram
apresentados com rodeios.
QUEM NÃO TIVER PECADO, QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA!
O ouvinte percebia, mas era tudo meio velado ou seja,
dito por meias palavras. Para que se tenha uma ideia de como, para certas pessoas, eram fortes os tabus, conto rapidamente, um drama levado ao ar no seriado de
enorme sucesso no final dos anos 40, Atire a primeira pedra e que era
transmitido aos sábados às nove e meia da noite sob o patrocínio do remédio Vick
Vaporub. Diana, interpretada por Amélia de Oliveira tem uma irmã, Rita (Olga
Nobre) que está noiva de Eduardo, interpretado por Álvaro Aguiar. Acontece que
Diana ama secretamente o futuro cunhado, embora este não perceba. Com ciúmes da própria irmã, Diana inventa, maldosamente, para Eduardo que sua noiva
perdeu a virgindade para um antigo namorado. Pura mentira! Eduardo, porém,
indignado termina seu noivado com Rita. Esta, desesperada se mata. Uma tragédia
monumental! Fez sucesso e causou escândalo e polêmica na época.
O produto,patrocinava o seriado que conheceu vários roteiristas:
Amaral Gurgel, J.R.Penteado, Haroldo Barbosa, Raimundo Lopes,e outros
O DIREITO DE
NASCER. Novela famosa, transmitida entre 1951 e 1952 foi uma das que encarou o
“drama da mãe solteira”,Soror Helena da Caridade (Isis de Oliveira) que gera Alberto Limonta,(Paulo Gracindo) “o filho
bastardo” que seria criado pela
negra Mamãe Dolores (Iara Sales). Pelo menos nessas tramas citadas acima, o
namoro já era bastante avançadinho para a moral dos anos 40/50.
Iara Sales:
talento na interpretação da negra Mamãe Dolores
JERONIMO, O
HERÓI DO SERTÃO. Ele possuía uma eterna namorada, Aninha. Contudo, como eles não
se casavam, o autor Moyses Weltman foi aconselhado a fazer, pelo menos, o noivado do casal.
Mas Jerônimo e Aninha nunca se casaram.
Dulce Martins, na vida real se casou na igreja
Milton Rangel, também se casou, mas na vida real
Contudo Jeronimo e Aninha nunca se casaram no seriado. Mas também não transavam. Como seria a novela nos dias de hoje?
Poster do seriado que ia ao ar diariamente às 18:35
sob o patrocínio de Melhoral
E então, gostaram dessa história? Mandem seus comentários! E leiam meu livro!
Roberto Salvador
Maravilha e a te hoje receito vicvaporube.Parabens Roberto Sauvador.
ResponderExcluirObrigado, amigo pelo comentário! Gostei! O locutor dizia assim: "Vick Vaporub no peito e nas costas! Esfregue ... e pronto!" Tempos gostosos do velho rádio!
ResponderExcluirRoberto,entendi que o presente é que passa. Não pode ser detido!!!
ResponderExcluirMas , sinto, na vida , que o passado perdura!!!!
Obrigada, Roberto, por nos permitir reviver esses momentos como se fosse mais uma primeira vez!!!
Que delicia receber teu comentário! Estou feliz! Muito e muito obrigado digo eu! Continue prestigiando nosso blog!
ExcluirMeu querido amigo Roberto. Você é demais. Que saudade daqueles tempos. Meus pais eram uns tremendos "pés de valsa". Meu irmão mais novo e minha irmã mais velha do que eu são excelentes dançarinos. Eu adoro mas sou péssimo dançarino. Lembro muito do Carlos Galhardo. Meus pais o adoravam. Um grande abraço para este casal tão especial.
ResponderExcluirViva!! Estou feliz com este comentário-depoimento! Sou igualzinho a você: meus pais eram pés de valsa e eu ... pé pesado! Mas a música estava dentro de mim, mesmo assim! Valeu!!
ResponderExcluirOlá Roberto. O comentário acima sobre os pais terem sido pés de valsa foi meu.um grande abraço. Djalma.
ResponderExcluirQue alegria, amigo Dr.Djalma! Feliz por tê-lo como admirador me nosso blog e por saber a admiração de seus pais pela dança! Que bons tempos!
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