Roberto Salvador
NO ANDAR 22,NO TOPO DO EDIFÍCIO A NOITE, UM ESPAÇO PARA OS ESCRITORES DE RADIONOVELAS.
Edifício A NOITE na praça Mauá anos 40:
quatro últimos andares ocupados pela Rádio Nacional.
No último reinava o radioteatro
quatro últimos andares ocupados pela Rádio Nacional.
No último reinava o radioteatro
UMA MÁQUINA DE CRIAR EM CIMA DE UMA MÁQUINA DE ESCREVER.
Os escritores de novelas eram chamados de novelistas. Tanto na Nacional quanto na Tupi, na Tamoio, ou na MEC, que mantinham programas de radioteatro ou novelas no ar. Os novelistas não levavam boa vida.
Luiz Quirino, novelista
e Olavo de Barros, ator e diretor do radioteatro da Tupi
Walter Foster, escrevia para a Rádio Tupi.
Era também radioator
Radioatores em ação:
interpretação dos textos escritos pelos novelistas
Mário Lago, acumulava funções:
radioator e autor de textos para o seriado
Presídio de Mulheres
Estúdio de radioteatro da Nacional anos 1950:
Fábrica de sonhos.
Saint Clair Lopes,Olga Nobre, Celso Guimarães e Domicio Costa
ALEM DE ESCREVEREM OS CAPÍTULOS OS NOVELISTAS TAMBÉM REDIGIAM OS TEXTOS COMERCIAIS.
E
isto porque os textos publicitários, que iam ao ar nos intervalos comerciais,
eram feitos pelos próprios escritores.
Mais tarde a Nacional, sempre em busca da
perfeição, criou a figura do redator comercial. Eram escritores de gabarito que
se dedicavam a produzir textos comerciais e criativos. Oranice Franco, antes de
se consagrar como produtor de As histórias
do Tio Janjão e No meu tempo de rapaz, produziu textos comerciais, para os patrocinadores, Chiquete Adams e Casa Valentim, patrocinadores dos programas durante anos.
Doralice e Oranice Franco: começo no rádio,
depois a literatura.
Ele foi para Academia Brasileira de Letras
Além das novelas, muitos autores
escreviam também esquetes, programas humorísticos, musicais e programas
montados.Muitos, além disso, atuavam no microfone, como Mário Brasini,Cícero
Acaiaba,Walter |Foster,Álvaro Aguiar,Mário Lago e outros.
Mario Brasini
desabafou: Sou uma máquina de criar, em cima de uma máquina de escrever. Chego
na emissora de manhã e nunca saio antes das 11 da noite.
Escrever, portanto, era uma obsessão para muitos, que tinham que cumprir suas tarefas e entregar os textos a tempo e a hora. Por isso valia tudo.A estrela Isis de Oliveira, em depoimento ao Museu da Imagem e do Som revelou que os novelistas "roubavam" as falas dos atores e as colocavam nos personagens, transferia para os textos conversas e desabafos que captava pelos corredores e até nos elevadores!
Escrever, portanto, era uma obsessão para muitos, que tinham que cumprir suas tarefas e entregar os textos a tempo e a hora. Por isso valia tudo.A estrela Isis de Oliveira, em depoimento ao Museu da Imagem e do Som revelou que os novelistas "roubavam" as falas dos atores e as colocavam nos personagens, transferia para os textos conversas e desabafos que captava pelos corredores e até nos elevadores!
Isis de Oliveira, rainha do radioteatro da Nacional
SILENCIO! ESCRITORES TRABALHANDO.
No vigésimo segundo andar, o diretor Floriano Faissal criou uma área em que alguns
novelistas dispunham de um espaço onde poderiam escrever e guardar seu
material. Eram pequenos boxes de meia parede, onde cabia apenas uma mesa com
máquina de escrever e um arquivo.Vários
novelistas dividiam esse pequeno espaço, trabalhando em turnos.Do lado de fora
se ouvia o martelar das máquinas de escrever e se evitava fazer algazarra para
não atrapalhar quem estava escrevendo.
Outros produtores possuíam instalações no
20º. andar. Boa parte deles, no entanto, escrevia fora da emissora.
O médico radialista Paulo Roberto escrevia Obrigado Doutor, Lira de Xopotó, Nada além de dois minutos e outros lindos programas, em casa ou em seus plantões na Maternidade de Cascadura. Os manuscritos eram datilografados por sua secretária que os encaminhava à Nacional.
Paulo Roberto:
escrevia 5 programas por semana e uma crônica diária,
Bom dia compadre .
Como a
demanda por novelas era muito grande, com frequência, a emissora da praça Mauá, simplesmente
comprava os textos de autores que não
faziam parte de seus quadros permanentes. Com a valorização do gênero, as
empresas de publicidade ou simplesmente adquiriam textos dos autores ou
contratava novelistas para escreverem com exclusividade. Gilberto Martins
estava incluído neste último caso.
SUBLITERATURA?
Os novelistas faturavam bem e certamente por isso, começaram
a despertar uma certa inveja entre os escritores tradicionais. Com frequência
eram acusados por estes de produzir subliteratura para o rádio.Não era bem
assim. Embora algumas concessões tivessem que ser feitas para atender aos
patrocinadores, a grande maioria produzia uma literatura para o rádio que os
ouvintes consumiam e os incentivavam a fazer cada vez melhor. Muitos que escreviam
para rádio acabaram por se consagrar nas letras e ingressaram na Academia Brasileira de Letras.
Entre eles Viriato Correia, Oranice Franco, Genolino Amado, Dinah Silveira de
Queiroz, Dias Gomes, entre outros.
Viriato Correa escrevia Histórias de Chinelo.
Destaque na literatura ingressou na Academia Brasileira de Letras
Genolino Amado escrevia também para a Nacional a famosa
Crônica da Cidade, lida às 13 horas por Cesar Ladeira.
Dinah Silveira de Queiroz:
antes de ser acadêmica escreveu por décadas a crônica
Café da Manhã, pela Nacional.
Alguns patrocinadores relutavam em aceitar novelas extraídas
da literatura universal. Mas quando alguns novelistas conseguiam romper a
barreira, os ouvintes apreciavam e os editores adoravam. É que era comum os
ouvintes promoverem uma corrida às livrarias para comprar o livro, a fim de
conhecer o final da novela.
Mas isto era muito pouco, pois em um país com os altos
índices de analfabetismo dos anos 50, teria sido desejado que as grandes obras
da literatura universal houvessem ocupado um espaço maior no nosso
radioteatro.
Dias Gomes, Janete Clair e os filhos:
casal vitorioso das radionovelas, que depois migrou para a tevê
Ivani Ribeiro, considerada a que mais escreveu novelas para o rádio e depois para a tevê, era assim nos anos 1950.
Dias Gomes e sua inseparável máquina de escrever.
Sempre foi um produtor preocupado em
levar para o público obras clássicas da literatura. Pôde fazer isso no projeto
do Grande Teatro.
Geni Marcondes
Também a Rádio Ministério da Educação, que não possuía
compromissos com patrocinadores, chamou para si a tarefa de valorizar não só os
autores clássicos, mas também jovens que se lançavam na literatura e buscavam espaço no velho rádio. Geni Marcondes foi um desses talentos. Escrevendo para a Rádio MEC nos anos 50, programas destinados a crianças e publico jovem.
O autor do blog
E então, gostou desta postagem? Mande seus comentários.Quer saber mais? Leia meu livro! Meu objetivo é preservar a memória do nosso velho Rádio!
Abraços!
Até breve!
Que beleza.Recordar um tempo feliz é ser feliz por algum tempo.
ResponderExcluirParabéns.
Obrigado por seu simpático comentário! Continue nos prestigiando! Saudações radiofônicas!
ResponderExcluirParabéns por todos este anos ao lado e parceria dos novos colaboradores e compositores ....
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