O autor deste blog começou a trabalhar em rádio aos 14 anos de idade.
Eu era apaixonado pelo veículo. Minha mãe contava que quando tinha pouco mais de 4 anos, ficava atrás da porta da sala e " fazia" meus programas de rádio. Repetia do meu jeito os "slogans" dos locutores. Cantava os jingles que anunciavam os produtos. Entoava os prefixos musicais dos programas, imitava cantores e cantoras e tentava reproduzir os instrumentos das orquestras. Eu era tudo na minha estação de rádio de mentirinha.
Não podia dar em outra coisa: ainda adolescente me tornei radialista!
Formado em professor dez anos mais tarde, dediquei-me ao rádio e à televisão educativa.
Hoje 65 anos após minha estreia no Clube Juvenil Toddy da Rádio Nacional, aqui estou mantendo este blog, tentando contribuir para a preservação da memória desse extraordinário veículo, que dos anos 30 aos 60 dominou a comunicação de massa em nosso imenso país.
Roberto Salvador aos 14 anos.
Eu era apaixonado pelo veículo. Minha mãe contava que quando tinha pouco mais de 4 anos, ficava atrás da porta da sala e " fazia" meus programas de rádio. Repetia do meu jeito os "slogans" dos locutores. Cantava os jingles que anunciavam os produtos. Entoava os prefixos musicais dos programas, imitava cantores e cantoras e tentava reproduzir os instrumentos das orquestras. Eu era tudo na minha estação de rádio de mentirinha.
Não podia dar em outra coisa: ainda adolescente me tornei radialista!
Formado em professor dez anos mais tarde, dediquei-me ao rádio e à televisão educativa.
Hoje 65 anos após minha estreia no Clube Juvenil Toddy da Rádio Nacional, aqui estou mantendo este blog, tentando contribuir para a preservação da memória desse extraordinário veículo, que dos anos 30 aos 60 dominou a comunicação de massa em nosso imenso país.
Rádio dos anos 40:
válvulas e transformadores: um mundo na ponta dos dedos
O velho rádio foi para muita gente um marco em suas vidas. Algo que se mantém na memória dessas pessoas de maneira viva, indelével, que toca o coração e alma.
Pois bem; por que falo dessas coisas? Porque recebi de uma leitora um texto muito interessante, com o qual muitos de vocês que nos acompanham, se identificarão.
Pedi licença à autora para incluí-lo no blog e ilustrá-lo com fotos da época que tive o carinho de pesquisar.
Vamos ao texto de Marice Prisco.
LEMBRANÇAS DA ERA DO RÁDIO
Resolvi
arrumar o quartinho da bagunça, quando remexendo uma velha caixa com guardados
antigos, encontrei um velho radinho de pilhas que foi de meu pai.
Rádio-transistor Spica movido a pilhas:
liberdade para ouvir em qualquer lugar
Senti uma
doce lembrança ao recordar de papai e o quanto ele gostava de ouvir rádio!
Lembrei também do nosso velho " rabo quente", era assim que chamavam
aquela caixa que unia sons e pessoas e esquentava muito após certo tempo ligado
e era movido ás vezes a soco para voltar a funcionar. Isso nos irritava pois
quando estava no melhor da novela ou
outro programa qualquer, o rádio parava! Isso acontecia quando ouvíamos a PRK-30 na Nacional e depois na Tupi, que ele adorava escutar, ou quando estava
assistindo na Nacional o programa de
Manuel Barcelos que exaltava a Rainha do Rádio e a queridinha do meu pai
Marlene. E o rádio ficava mudo!
Comentava-se que Marlene tinha uma richa, dizem que de mentirinha, com Emilinha Borba, a Favorita da Marinha. Tudo fazia parte!
Minha mamãe era fã do César de Alencar. Ainda bem que os programas eram em
dias diferentes e os fãs podiam assistir e se digladiarem a vontade.
O
rádio com seus chiados, não se conseguia ouvir mais nada, parecia que ele, o
rádio , havia engolido uma gralha! Mamãe
e papai a torcerem por suas favoritas provocavam em minha casa, uma certa
briguinha, depois voltava tudo ao normal!
Sempre que
chegava em casa depois do trabalho, papai ligava o rádio para ouvir a novela
¨Jeronimo, o Herói do Sertão"às 18 e trinta e cinco. Antes, às 18 e 25 entrava no ar As aventuras do Anjo com Álvaro Aguiar. Depois vinha a Hora
do Brasil, para saber o que se passava no governo, Brasil a fora.
Papai acompanhava o jogo dessa maneira, era América doente, e ficava torcendo feito louco quando seu time jogava!
Depois, quando veio o radinho de pilha, ele ficava comentando
o quanto seria bom, ouvir as notícias, os jogos e principalmente as corridas de cavalos do Jockey Club que ele tanto apreciava e fazia uma fezinha vez em quando, andando pela casa ou no quintal sem ninguém perturbando!
Então eu e o mano, que a essas alturas já trabalhávamos, presenteamos ele com um radinho, esse que encontrei na caixa dos guardados e que me trouxe tantas recordações! Vocês não imaginam a alegria dele quando recebeu o radinho. Andava para lá e para cá com o radinho colado ao ouvido ouvindo o futebol ou outras notícias.
Quando o rádio anunciava pelas manhãs " Radio Globooooo", que ele ouvia no " rabo quente" e adorava, isso já mais para os anos oitenta., ele curtia. Meu pai era fã do programa do José Carlos Araújo, O Garotinho, apresentando futebol, notícias e variedades. E nós tínhamos que querendo ou não, acompanhar, mas era interessante!
Hoje existe a TV, as rádios FM e outras mídias, dando
notícias a cada minuto e música variada.
Mas ainda existe um programa que gosto de ouvir do amigo Gerdal dos Santos que tanto divulga a Cultura, as Academias, seus escritores, cantores e artistas plásticos e permanece no ar há mais de 20 anos.
Tem também a querida amiga Arleni Batista, com seu programa "Encontro Marcado com a Cultura", na BAND, onde entrevista Poetas, Escritores, Cantores e Artistas Plásticos, dando visibilidade às Artes em geral. E não posso esquecer do jornalista Carlos Alberto, que também dá a maior força aos artistas em geral, divulgando seus trabalhos e suas artes em seu programa.
Bem, eu poderia citar aqui outros tantos programas de rádio que eu e meu pai ouvíamos e admirávamos mas se tornaria um livro, portanto, termino dizendo que hoje o radinho de pilha parece ultrapassado, porém muitos ouvintes se utilizam dele.
Vivemos os tempos do Iphone, do rádio no celular, das rádios Web na Internet e aplicativos onde você baixa músicas e ouve os programas que, quando quer e em qualquer lugar do planeta.
O rádio de válvulas, o velho " rabo quente" ficou para trás.
Mas ficou um gostinho de " dejá vu" desse tempo.
Ou será saudades de papai?
Marice Prisco
Livro que conta a história da famosa PRK-30.
Comentava-se que Marlene tinha uma richa, dizem que de mentirinha, com Emilinha Borba, a Favorita da Marinha. Tudo fazia parte!
Marlene rainha do Rádio graças ao Guaraná Antarctica,
que comprou todos votos necessários à sua eleição.
Emilinha perdeu o reinado para Marlene.
Surgiu daí uma falsa rivalidade alimentada pela publicidade.
Para o público rivais. Nos bastidores, amigas.
Cesar de Alencar recebia a Favorita da Marinha e outros astros como " El broto" Francisco Carlos
Carlos Galhardo cantava valsas e canções românticas
Silvio Caldas era o "Caboclinho Querido".
"Chão de Estrelas" foi seu grande sucesso
Dalva de Oliveira cantava na Tupi e na Nacional.
Também foi Rainha do Rádio.
Rádio: agregador das famílias.
Rádio-transístor nos anos 50:
mobilidade e enorme avanço para os ouvintes
Bons tempos aqueles! Nós
ficávamos na sala, em frente ao rádio,
que ficava em cima da cristaleira, o móvel mais alto da sala para ouvir as
agruras de "mamãe Dolores", na novela " O Direito de
Nascer", uma novela que é lembrada até hoje e ficou famosa com o
personagem de Albertinho Limonta, vivido por Paulo Gracindo no rádio e por Amilton Fernandes, na versão televisiva nos anos 60.
O galã Paulo Gracindo também interpretava personagens cômicos.
Lembram-se do Primo-Rico?
Personagens da versão televisiva de O direito de nascer
Isaura Bruno (Mamãe Dolores) Amilton Fernandes (Alberto Limonta)
Campeão de audiência,Jerônimo foi a primeira novela para homens,escrita por Moisés Weltman
Virou também revista em quadrinhos
Milton Rangel era o Jerônimo.
Cahué Filho era o negrinho Moleque Saci, auxiliar de Jerônimo.
Dulce Martins era Aninha, a noiva de Jerônimo.
Mas nunca se casaram.
A seu lado o ator Álvaro Aguiar que interpretava O detetive Anjo outro seriado.
Álvaro Aguiar: O detetive Anjo
Presidente Vargas criou a Hora do Brasil,
durante a ditadura do Estado Novo
Depois veio a Voz do Brasil :
desespero dos donos das emissoras e alegria da classe política.
Também era
gostoso de ver as pessoas acompanharem os jogos de futebol, mesmo depois do
advento da TV, onde se via a imagem e ouvia a narração pela rádio.
A Rádio Globo era
famosa por seus narradores esportivos.
Jorge Curi e Waldir Amaral,
narradores esportivos da Globo
Oduvaldo Cozzi:
talento para narrar com elegância e lirismo partidas de futebol
Ary Barroso, além de grande compositor,(Aquarela do Brasil),
narrava futebol e animava programa de calouros
Papai acompanhava o jogo dessa maneira, era América doente, e ficava torcendo feito louco quando seu time jogava!
Escudo do América Futebol Clube
Depois, quando veio o radinho de pilha, ele ficava comentando
o quanto seria bom, ouvir as notícias, os jogos e principalmente as corridas de cavalos do Jockey Club que ele tanto apreciava e fazia uma fezinha vez em quando, andando pela casa ou no quintal sem ninguém perturbando!
Teófilo de Vasconcelos:
a grande velocidade, narrava corrida dos cavalos pela Rádio Jornal dos Brasil
Então eu e o mano, que a essas alturas já trabalhávamos, presenteamos ele com um radinho, esse que encontrei na caixa dos guardados e que me trouxe tantas recordações! Vocês não imaginam a alegria dele quando recebeu o radinho. Andava para lá e para cá com o radinho colado ao ouvido ouvindo o futebol ou outras notícias.
Quando o rádio anunciava pelas manhãs " Radio Globooooo", que ele ouvia no " rabo quente" e adorava, isso já mais para os anos oitenta., ele curtia. Meu pai era fã do programa do José Carlos Araújo, O Garotinho, apresentando futebol, notícias e variedades. E nós tínhamos que querendo ou não, acompanhar, mas era interessante!
José Carlos Araujo
Narrando a Copa do Mundo no México em 1970
O Garotinho hoje.
Mas ainda existe um programa que gosto de ouvir do amigo Gerdal dos Santos que tanto divulga a Cultura, as Academias, seus escritores, cantores e artistas plásticos e permanece no ar há mais de 20 anos.
O autor do blog com Gerdal dos Santos em seu programa na Nacional.
Ao centro Eládio Nunes.
Tem também a querida amiga Arleni Batista, com seu programa "Encontro Marcado com a Cultura", na BAND, onde entrevista Poetas, Escritores, Cantores e Artistas Plásticos, dando visibilidade às Artes em geral. E não posso esquecer do jornalista Carlos Alberto, que também dá a maior força aos artistas em geral, divulgando seus trabalhos e suas artes em seu programa.
Roberto, o autor do blog, Osmar Frazão e outros colegas no programa de Carlos Alberto ao centro de camisa vermelha.
Bem, eu poderia citar aqui outros tantos programas de rádio que eu e meu pai ouvíamos e admirávamos mas se tornaria um livro, portanto, termino dizendo que hoje o radinho de pilha parece ultrapassado, porém muitos ouvintes se utilizam dele.
Vivemos os tempos do Iphone, do rádio no celular, das rádios Web na Internet e aplicativos onde você baixa músicas e ouve os programas que, quando quer e em qualquer lugar do planeta.
O rádio de válvulas, o velho " rabo quente" ficou para trás.
Mas ficou um gostinho de " dejá vu" desse tempo.
Ou será saudades de papai?
Marice Prisco
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Quero preservar a memória do velho rádio
Quer saber mais? Leia nosso livro!
Abraços e até a próxima!
Eu me lembramos de quando criança meu pai tinha um radio marca sempre que funcionava com uma pilha grande que durava 6 meses, tinha uma tomada na pilha. Será que alguém tem a foto da tal pilha?
ResponderExcluirLindas recordações! Obrigado pelo comentário!
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