VINTE E CINCO DE SETEMBRO: OITENTA ANOS DA RÁDIO TUPI!
Eis
uma boa oportunidade para relembrar um pouco da história dessa emissora que desempenhou e desempenha importante papel
na radiofonia brasileira.Neste blog, em outras postagens você querido amigo, que nos acompanha com tanto carinho irá encontrar inúmeras referências a esta emissora que surgiu da tenacidade e do empreendedorismo de Assis Chateaubriand.
.
ALGUMAS CURIOSIDADES SOBRE A TUPI, EXTRAÍDAS DO LIVRO A ERA DO RADIOTEATRO.
A RÁDIO TUPI: MENINA DOS OLHOS DE ASSIS
CHATEAUBRIAND
Assis Chateaubriand Bandeira de Mello criara em 1924, um imenso império: os Diários Associados. Eram jornais matutinos
e vespertinos, revistas e estações de rádio de norte a sul do país. Mais tarde
chegaria o pioneirismo da televisão. Mas o Velho
capitão, como era chamado, tinha como
menina dos seus olhos, a Rádio Tupi do Rio, que ele inaugurara no dia 25 de
setembro de 1935. E não fez por menos: quem acionou os equipamentos foi Guglielmo Marconi, que acompanhado de sua
esposa e do casal Chateaubriand cortou a fita inaugural. O nome Tupi, segundo Dario Magalhães, então
diretor da rádio expressava “os motivos nacionais que orientavam a empresa”.
Mas a rádio ganhou logo um apelido carinhoso de Chateaubriand: “O
Cacique do Ar”.
O Velho Capitão
Marconi
Programa de inauguração
Caymmi começou na rádio em 1938
A programação da emissora era variada e arrojada para a época. Muita música, radioteatro pioneiro, artistas jovens mesclados com outros mais experientes que vinham do teatro e das revistas musicais dos shows dos cassinos e dos teatros da praça Tiradentes.
Havia também o jornalismo aproveitado dos matutinos e vespertinos dos Diários Associados.
Assis Chateaubriand queria transformar a PRG-3 rádio Tupi do Rio de Janeiro na maior emissora de rádio do Brasil.
A partir dos anos quarenta cresceu ainda mais, quando surgiu no cenário radiofônico a Rádio Nacional do Rio, aquela que seria sua implacável concorrente.
Anos quarenta: família ouve rádio:
o grande veiculo da época
Havia também o jornalismo aproveitado dos matutinos e vespertinos dos Diários Associados.
Assis Chateaubriand queria transformar a PRG-3 rádio Tupi do Rio de Janeiro na maior emissora de rádio do Brasil.
A partir dos anos quarenta cresceu ainda mais, quando surgiu no cenário radiofônico a Rádio Nacional do Rio, aquela que seria sua implacável concorrente.
Anos quarenta: família ouve rádio:
o grande veiculo da época
Paulo Gracindo, um dos pioneiros:
escreveu e interpretou Mulheres de Bronze.Foi o galã.
Norka Smith foi a mocinha.
Paulo Porto era o vilão da primeira novela do rádio brasileiro: Mulheres de Bronze
Almirante, a maior patente do rádio, como era conhecido.
Pioneiro do rádio e da Tupi
Ary Barroso fazia de tudo na Tupi:
compositor, músico, locutor esportivo, animador de auditório.
A CORAGEM DE CHATEAUBRIAND: EM
PLENA II GUERRA INSTALAÇÕES MODERNAS PARA A TUPI!
No início dos anos quarenta o Velho
Capitão queria transformar a rádio Tupi na maior emissora carioca. As
pioneiras instalações da rua Santo Cristo, 148 foram transferidas para a rua
Venezuela 43. No térreo instalaram-se estúdios e o palco-auditório, como se
dizia na época. Equipamento era o que havia de mais moderno. O auditório
refrigerado, (um luxo na época) com poltronas de veludo vermelho, com uma
imensa cortina prateada na entrada do palco. Nas paredes painéis de Portinari.
Era lindo!
ACABOU A GUERRA! ACABOU A GUERRA!
ACABOU A GUERRA! ACABOU A GUERRA!
Quem deu a notícia, furando o conceituado Repórter Esso, foi o locutor Décio Luiz
pela Rádio Tupi.
RADIO SEQUENCIA G-3
A direção da Tupi, cujo prefixo
era PRG-3 decidiu criar uma
programação de auditório, num horário inédito: de onze da manhã a uma e meia da
tarde.
Chamava-se Rádio Sequencia G-3, sob o comando de Gilberto Martins e depois de
Paulo Gracindo, que pertencia ao radioteatro.
Olhem só quem trabalhava no
programa:
Animador Paulo Gracindo.
Produtores Max Nunes, Manoel de
Nóbrega, Haroldo Barbosa e Silvino Neto.
E na parte musical, destaque para
Gilberto Alves, Pixinguinha, Odete Amaral, Carlos Galhardo, Silvio Caldas, o
casal Zé e Zilda,o conjunto regional de Benedito Lacerda e um jovem de cabelos
pretos que se apresentava com seu violão cantando o mar e a Bahia: Dorival
Caymmi.
Orquestras Carioca e Severino Araujo.
O contrarregra do programa era
Jorge Veiga .
O auxiliar de Gracindo: um rapaz
magrinho que só possuía um terno: Abelardo Barbosa, que anos mais tarde incorporaria o nome “Chacrinha”.
Já que o Presidente Dutra
havia fechado os cassinos no Brasil, em
1945, o Abelardo Barbosa resolveu criar o seu ...
O especialista em efeitos sonoros Geraldo José
e Paulo Gracindo
Paulo Moreno, Aliomar de Matos e outros radioatores dos anos 50
O especialista em efeitos sonoros Geraldo José
e Paulo Gracindo
Ioná Magalhães, Nair Amorim e Aliomar de Matos:
estrelas do radioteatro dos anos 50.
Foto atual do prédio dos estúdios da Tupi. Inaugurado em 1941, sofreria incêndio em 49.
Recuperado em 1950, abrigou o Maracanã dos auditórios
Chacrinha nos primórdios da Tupi e depois na TV
Antonio Maria nos anos 50:
escrevia programas, apresentava e narrava futebol
Dircinha a Linda Batista. Estrelas da música:
quando veio a TV Tupi em 51 se dividiram entre o rádio a TV e o disco
Collid Filho,locutor de bela voz. Veterano,
com seu programa Salão Grená.
Julio Louzada, apresentava Pausa para Meditação,e Oração da Ave Maria.
Com seu prestigio e respeito no rádio elegeu-se vereador por vários anos.
Aracy de Almeida, uma das primeiras cantoras da emissora nos anos trinta
Gilberto Alves, primeiro à esquerda
e outros artistas não identificados
passeiam pelo Rio de Janeiro dos anos 40
Gilberto Alves atracão do auditório como cantor.
Depois se transformou em comunicador.
Odete Amaral foi estrela dos programas de auditório da PRG-3
A MÚSICA PREFIXO DE RÁDIO SEQUENCIA G-E ERA DE AUTORIA DE JOSÉ MAURO. EIS A
LETRA.
Que porção de atrações vem ouvir.
Vem ouvir anedota.
Assistir com prazer
Mariquinha e Maricota.
Tem gargalhada.
Tem a boa piada.
Tem também alegria.
Tem a queixa do dia.
Onze e meia acabou de bater.Bom humor vem chegando.
Pra tomar o comando.
Que sensação vai ser.
Aqui está outra vez a Sequência G-3.
Não deixe de ouvir, se quer divertir.
Com Pêra, Matinhos e França, vai rir.
De 5 em 5 minutos ouvindo...
A voz do Paulo Gracindo.
Entrava no palco, então, sob os
aplausos em seu impecável terno branco, Gracindo determinando:
Minha senhora, largue as panelas
e venha ouvir Rádio Sequência G-3!
ACALANTO, DE DORIVAL CAYMMI ABRIA E ENCERRAVA AS TRANSMISSOES DA
PRG-3
Essa linda composição cantada
pelo casal Dorival e Stela Maris, composta para a então neném Nana Caymmi nos
anos 40, caiu no gosto da direção da emissora associada e passou a abrir as
transmissões às 6 da manhã e encerrá-las após a meia-noite.
A TRAGÉDIA DO INCÊNDIO!
Madrugada de 12 de março de 1949. As modernas instalações foram
totalmente destruídas por violento incêndio. Mas a Tupi deu a volta por
cima: um grande e moderno auditório foi construído no último andar.
Surge o Maracanã dos auditórios e um moderno estúdio de radioteatro com novelas
enriquecendo a programação.
Paulo Gracindo comandou o famoso programa de auditório "Rádio Seqüência G-3", que passou a ser transmitido no antigo Cinema Íris, logo após o incêndio ocorrido na rádio, em 1949
O GRANDE MATUTINO TUPI.
Ia ao ar de 7 às 8 todas as
manhãs. À noite era a vez do Grande Jornal Falado Tupi de 10 às 11 da noite. O
ouvinte Tupi saia de casa bem informado e ia dormir sabendo do que havia
acontecido durante o dia. Os dois noticiários seguiam a lógica dos jornais
impressos daqueles tempo: os matutinos e os vespertinos.
FINAL DOS ANOS CINQUENTA: 100 KW NA ANTENA!
É a Tupi do esporte com Oduvaldo
Cozzi. Do radioteatro com Ioná Magalhães, Orlando Drumond, Amélia Simone,
Aliomar de Matos, Nair Amorim, Paulo Moreno, Rodolfo Mayer... Dos animadores
Ary Barroso, Antonio Maria...Dos humoristas Nádia Maria, Matinhos, Hamilton
Ferreira, Nancy Wanderley... Dos cantores Silvio Caldas, Dalva de Oliveira... Vicente
Celestino ... Dos maestros Carioca,
Cipó, Severino Araujo...Aldo Taranto, Morpheu... Dos locutores Carlos Frias, Osvaldo Luiz, Collid
Filho... Dos produtores Haroldo Barbosa, Max Nunes, Almirante, J. Ruy, José
Mauro...Uma grande Tupi; a Super Rádio Tupi!
JORNALISMO: QUANDO O GALO CANTA
O CACIQUE INFORMA!
As fanfarras e o canto do
galo, uma imitação a cargo do genial
Orlando Drumond fazia os ouvintes aumentarem o volume do rádio.
O GRANDE MATUTINO TUPI.
Ia ao ar de 7 às 8 todas as
manhãs. À noite era a vez do Grande Jornal Falado Tupi de 10 às 11 da noite. O
ouvinte Tupi saia de casa bem informado e ia dormir sabendo do que havia
acontecido durante o dia. Os dois noticiários seguiam a lógica dos jornais
impressos daqueles tempo: os matutinos e os vespertinos.
ACALANTO, DE DORIVAL CAYMMI ABRIA E ENCERRAVA AS TRANSMISSÕES.
Essa linda composição cantada
pelo casal Dorival e Stela Maris, composta para a então neném Nana Caymmi nos
anos 40, caiu no gosto da direção da emissora associada e passou a abrir as
transmissões às 6 da manhã e encerrá-las após a meia-noite.
Júlio Louzada iniciou sua carreira na Super Rádio Tupi em 1938 onde apresentava a Ave Maria às 18 horas. Durante a década de 40, ficou responsável pelos programas Paquetá em Serenata e Pausa para Meditação. Em 1973, alcançou um nº de cartas jamais atingido em qualquer época do rádio e da televisão, 300.000. Faleceu em 27/08/1993.
Collid Filho apresentava os programas Collid Disco, Roberto Carlos especial e seus convidados e Salão Grená, com tangos, boleros e canções. No dia 30 de agosto de 2002, logo após os Sentinelas da Tupi, Collid Filho começou a passar mal. Mesmo assim, continuou com seu programa até o fim. Logo depois, foi convencido de ir a um hospital, o Hospital São Lucas. Lá ele ficou internado por 8 meses, antes de seu falecimento
A PATRULHA DA CIDADE RESISTE AO
TEMPO. DESDE 1960 NO AR!
A Patrulha da cidade foi ao ar pela primeira vez na Rádio Tupi em 2
de janeiro de 1960. Narrando
acontecimentos policiais de forma jocosa, alegre e debochada, numa
espécie de dramaturgia policial é, o
que eu poderia chamar de uma espécie de tragédia escrachada. Os fatos são reais
e ouvindo a narrativa e a interpretação dos atores é impossível não achar graça na desgraça, embora isso
pareça estranho.
Segundo o redator da
Patrulha,Jorge Miguel o programa usa
muitos adjetivos. O ladrão é pilantra, xexelento. A terminologia usada é a do
malandro carioca, das comunidades. E qual é a metodologia? Apuração do
jornalismo 24 horas. Eu passo por aqui de manhã (na redação da Tupi), pegando
tudo que acontece de madrugada. Até o horário do programa, vou filtrando as
notícias.
Samuel Correia, o Samuca:
pioneiro na Patrulha da Cidade.
Vicente Celestino, a voz orgulho do Brasil,
tinha um programa só dele no Maracanã dos auditórios
Alberto Curi:
uma das vozes pioneiras de Sentinelas da Tupi
Alberto Curi atuou como noticiarista na Rádio Tupi e na TV Tupi, onde apresentava o "Diário de Um Repórter", uma crônica diária escrita por David Násser. Contratado pela Agência Nacional, do Governo Federal, Curi transmitiu as mais importantes cerimônias oficiais realizadas no Brasil, com diversos presidentes da República. Além disso Alberto Curi foi quem noticiou em cadeia nacional de rádio e televisão o AI-5 e a morte de Charles De Gaulle
A TURMA DA MARÉ MANSA ACABA
VIRANDO NOME DE LOJA
Este famoso programa humorístico,
lançado pela Rádio Mayrink Veiga na época de ouro do radioteatro de humor,
atravessou estoicamente o tempo.Quando a
Mayrink foi fechada pelo governo militar em 1964 o programa migrou para a Super
Tupi, onde fez enorme sucesso com abrangência nacional.Era tudo gravado em um
estúdio fora e a fita era encaminhada para a Tupi que colocava o programa no
ar.
O locutor Cid Moreira anunciava: No ar a
Turma da maré mansa. Sob o patrocínio exclusivo da Impecável Maré Mansa.
Eis alguns nomes do elenco:
Ema e Walter D’avila, Orlando Drumond,
Altivo Diniz, Pituca, Matinhos, Germano, Neida Rodrigues, Celma Lopes, Zé
Trindade,Antonio Carlos e outros. O narrador era Antonio Luiz.
O prestígio do humorístico foi
tamanho que a loja incorporou o nome maré mansa.
Inauguração do Maracanã dos auditórios em 1959
Evaldo Ruy, produzia programas nos anos 40 e 50.
Maria Muniz e Telmo de Avelar: ela atriz e novelista. Ele radioator.
Nair Amorim. Estrela da série A Novela Religiosa.
Os ouvintes tinham tanto respeito por seu personagens "santos"que ela evitava usar roupas decotadas e levava vida discreta.
Zé e Zilda: Quem se lembra de "Você pensa que cachaça é água"?
A TURMA DA MARÉ MANSA ACABA
VIRANDO NOME DE LOJA
Este famoso programa humorístico,
lançado pela Rádio Mayrink Veiga na época de ouro do radioteatro de humor,
atravessou estoicamente o tempo.Quando a Mayrink foi fechada pelo governo
militar em 1964 o programa migrou para a Super Tupi, onde fez enorme sucesso
com abrangência nacional.Era tudo gravado em um estúdio fora e a fita era
encaminhada para a Tupi que colocava o programa no ar.
O locutor Cid Moreira anunciava: No ar a
Turma da maré mansa. Sob o patrocínio exclusivo da Impecável Maré Mansa.
Eis alguns nomes do elenco:
Ema e Walter D’avila, Orlando Drumond,
Altivo Diniz, Pituca, Matinhos, Germano, Neida Rodrigues, Celma Lopes, Zé
Trindade,Antonio Carlos e outros. O narrador era Antonio Luiz.
O prestígio do humorístico foi
tamanho que a loja incorporou o nome Maré mansa.
E salve a Super Tupi!
E salve a Super Tupi!
Garotinho e Apolinho:
atrações da Tupi de hoje
Olá,
ResponderExcluirEncontrei o blog aeradoradioteatro por acaso, ao pesquisar sobre um programa humorístico, que, infelizmente, não me lembro do nome, apenas do quadro que, também não me lembro do comediante (não sei se era o Brandão Filho ou o Walter D'Avila).
Não encontrei o que queria, mas, por outro lado, achei este blog riquíssimo de informações. Senti uma nostalgia profunda, da infância, do tempo das histórias do "Jerônimo, herói do sertão" (ficou registrado só o título, nem sabia com quem e de quem era), "Histórias do tio Janjão", etc.
Estava buscando um quadro em que um contribuinte ia e voltava várias vezes de uma repartição pública para receber o "auxílio natalidade", mas sempre caía em exigência. De forma humorada, o programa ilustrava a falta de respeito do funcionário público com o cidadão. O que nada mudou de lá para cá...
Abraços
Lucia Regina
http://wwwnarrativasbreves.blogspot.com.br/
O quadro era na Tv Tupi parece na Rua do Ri Ri ri
ResponderExcluircom Milton carneiro e o portugues Manoel Viera - procure o Blog - famosos que partiram tem a biografia dos 2.
MISSA DO CENTENÁRIO DA PIANISTA MARINA MOURA PEIXOT0 (1917 – 1975)
ResponderExcluir“A memória do mundo é curta como a vida do homem.”
- FAUSTO WOLFF (1940 – 2008)
As famílias Moura e Peixoto vêm convidar parentes e amigos para a celebração da MISSA DO CENTENÁRIO de sua inesquecível MARINA MOURA PEIXOTO (1917 – 1975) – pianista, musicóloga e radialista carioca – a se realizar no dia 27 de março de 2017, segunda-feira, às 18 horas, na Igreja Matriz de São João Batista da Lagoa – a mais antiga da zona sul do Rio de Janeiro (1809) – situada na Rua Voluntários da Pátria, 287, em Botafogo.
Registros raros da laureada pianista Marina Moura Peixoto no ano do centenário de nascimento – 2017 – estão disponíveis em vídeos postados na internet:
(https://www.youtube.com/playlist?list=PLZ9oDq8nKRs8hXs6WE865Ccfnr0alemu5)
“As mulheres em geral são apagadas da memória, e, depois, da ...
https://plus.google.com/101853675072605997600/posts/
Musicóloga, radialista, orientadora e produtora musical, dedicada funcionária da extinta Rádio Ministério da Educação e Cultura – de 1941 a 1974 –, onde muito honrou o lema de Edgar Roquette-Pinto (1884 – 1954), “trabalhando pela cultura dos que vivem em nossa terra e pelo progresso do Brasil”.
Faleceu em 26 de fevereiro de 1975, aos 57 anos de idade, vitimada por um câncer no estômago. Nunca teve os méritos reconhecidos nem recebeu homenagens. À exceção de Ricardo Cravo Albin (1943-) e Lauro Gomes Pinto (1940-), que, em 2015 – quarenta anos depois de sua morte –, lhe dedicaram um programa radiofônico cada um. E ainda o maestro Ricardo Tacuchian (1939-), que divulgou a biografia de Marina no Facebook.
Dez anos antes, em 2005, em seu jornal FOLHA DA PRAIA, o saudoso editor Antonio Castigliola (1951 – 2010) realizou uma série de reportagens sobre a vida e obra da musicista Marina Moura Peixoto, por ocasião das três décadas de seu passamento.
E afirmou que “o passado só tem sentido quando vivo. O verdadeiro passado não é aquilo que não existe mais. É aquilo que conserva um sentido para as nossas vidas de hoje”.
“Pois ‘memórias’, como já dizia Afonso Arinos de Melo Franco (1905-1990), ‘nada mais são que a reelaboração de um mundo extinto, mas nem por isso menos real’.”
Em 1932, aos quinze anos, por unanimidade de votos, Marina Quartin de Moura (nome de solteira) conquistou o Primeiro Prêmio, Medalha de Ouro, no Instituto Nacional de Música, atual Escola de Música da UFRJ. A trajetória brilhante de Marina Moura Peixoto, desde a infância (com menos de quatro anos já se apresentava em público) – “minúscula pianista” ou “criança prodígio”, como era chamada pela mídia à época – merece e deve ser transmitida às novas gerações.
“Marina Moura, filha do Sr. Eduardo de Moura, é uma mimosa e excepcional pianista carioca que tem pasmado assistentes entendidos, em recitais que vem realizando desde os 4 anos de idade na Associação dos Empregados no Comércio, no Teatro Municipal e no Instituto Nacional de Música, do Rio de Janeiro, conquistando sucessivos triunfos.” ‘PIANISTA MINÚSCULA’, O BEIJA-FLOR, ano X, número 7, 1ª quinzena de abril de 1924.
Marina chegou a ser comparada a Magdalena Tagliaferro (1893 – 1986), mas, em 1945, interrompeu a brilhante carreira artística para se casar – depois de um namoro de sete anos – com o médico e jornalista Perilo Galvão Peixoto (1913 – 2002), com quem teve dois filhos, Fernando (1946-) e Teresa Cristina (1951-) de Moura Peixoto.
Desde 1941 na antiga Rádio Ministério da Educação e Cultura, a então poderosa Rádio MEC – onde alcançou cargo de chefia –, Marina Moura Peixoto produziu diversos programas que marcaram época, entre eles, “Atendendo aos Ouvintes”, “Em Resposta A Sua Carta”, “Música de Todos os Tempos”, “Música, Apenas Música” e “Quartetos”. Colaborou também no jornal Diário de Notícias, com artigos sobre música erudita.
ERA DE OURO DO RADIO NACIONAL, CRESCI OUVINDO RADIO, GOSTO MUITO DE RÁDIO, ARABENS A RADIO TUI.
ResponderExcluirGrande abraço Vanderley Rozendo e obrigado por ter visitado meu blog. Temos algo em comum: também cresci ouvindo rádio! Felicidades!
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