sexta-feira, 16 de maio de 2014

A PROGRAMAÇÃO NOTURNA DA RADIO TUPI NOS ANOS 50

A Rádio Tupi do Rio era a segunda colocada no Ibope nos anos 50. Possuía um grande elenco de cantores, músicos, radioatores e locutores.
Quando reconstruiu seu auditório em substituição ao que havia sofrido incêndio em 1949, o Cacique do Ar como era chamada a Tupi, mantinha todas as noites, a partir das 20 horas programas que iam do musical ao humor. Redatores veteranos como Max Nunes e Haroldo Barbosa retornaram á emissora, juntando-se a J.Ruy, Almirante, José Mauro e Antonio Maria, que já lá estavam.. 


Max Nunes que estava na Nacional voltou para a Tupi

Hamilton Ferreira, aqui ao lado de Vagareza, fazia drama e humor

Maestro Aldo Taranto produzia arranjos para os programas montados

Músico Paulo Moura troca ideias com Maestro Cipó.Foto dos anos 70.

Maestro Carioca possuía um programa semanal a frente da Orquestra Tupi no Maracanã dos auditórios. Depois migraria para a Mayrink Veiga.



Maestro Carioca e a Orquestra Tupi, ainda no antigo auditório, no final dos anos 40.



Radioatriz Maria do Carmo fazia novelas a tarde e humor na programação noturna

A direção da Tupi foi buscar astros-cantores em outras emissoras. Chegaram Dalva de Oliveira, Ataulfo Alves, Silvio Caldas, Doris Monteiro, Caymmi, Linda e Dircinha Batista entre outros. Maestros como Cipó, Carioca e Severino Araujo passaram a ter programas próprios, enquanto arranjadorers como Aldo Taranto e Orpheu se encarregavam das trilhas doi programas produzidos por Almirante e José Mauro. Humoristas como Lauro Borges e Castro Barbosa, vieram se juntar a Hamilton Ferreira, Orlando Drumond, Matinhos, Nadia Maria e Nancy Wanderley.
Dalva de Oliveira possuía um programa exclusivo semanal

Ida Gomes, radioatriz dramática: atuava em novelas e nos programas montados a noite. Foi sucesso, posteriormente, nas telenovelas.

Paulo Porto, galã no radioteatro, depois também se consagrou na televisão e no cinema



Almirante uma das maiores figuras do rádio em todos os tempos e um grupo de artistas

Linda Batista, veio dos shows nos cassinos para o rádio. Atuou décadas na Tupi

José Mauro escrevia programas montados, ou seja com orquestra, cantores e radioatores

Castro Gonzaga: outro que fazia drama e comédia. Também escrevia programas e novelas.
Depois foi para a Nacional




UM POUCO DE MAX NUNES NA TUPI.  
Quando retornou à Tupi em 1952, Max Nunes levava em sua pasta uma série de projetos  de programas humorísticos que, mais tarde conquistariam destaque no rádio da época.
Um deles era “Aquela casa de família” todas as quintas-feiras às vinte e uma e cinco, sob o patrocínio dos Vinhos Catete.
Lauro Borges e Castro Barbosa, que já se encontravam na PRG-3 compunham o elenco, que tinha também os versáteis Hamilton Ferreira e Nancy Wanderley.
Engrossando  o grupo havia também nomes de respeito como Nadia Maria, Matinhos,João Fernandes (que deixara a Nacional para retornar anos depois), Castro Gonzaga (que também depois foi para a Nacional e escrevia novelas) Terezinha Moreira, Maria do Carmo, Avalone Filho e Otávio França.
A orquestra que fazia as passagens musicais era a  Tabajara da Severino Araújo.
À primeira vista o programa poderia parecer, pelo título um arremedo do “Edifício balança, mas não cai”.
Não era.
“Aquela Casa” possuía uma linha, uma história completa, ao contrário do “Balança” que eram piadas e quadros independentes.
Como dissemos anteriormente, Tupi queria lotar o seu novo auditório, reconstruído no quinto andar.  O grande auditório com capacidade para 1.500 pessoas sentadas, contra os 432 da Nacional fora inaugurado por ocasião da Copa de 1950 daí o nome que recebeu: “O Maracanã dos auditórios. 

ANTONIO MARIA
“Rua da alegria” produzido por um jovem chegado de Pernambuco, que além de escrever crônicas e programas humorísticos, narrava futebol e era excelente compositor. Seu nome: Antonio Maria. O programa narrado por ele mesmo, era uma  sátira aos problemas urbanos de forma inteligente, contando com a interpretação do elenco de radioteatro da PRG-3.
O locutor era Osvaldo Luiz  com passagens musicais a cargo da Orquestra Tupi sob a regência do famoso maestro Cipó. Ia ao ar todas as segundas-feiras às vinte e uma e cinco, patrocinado por Iodalbe um remédio para o coração, muito conhecido na época.
Antonio Maria: criatividade e versatilidade. Foi também um grande compositor.Depois foi para a Mayrink Veiga.

HAROLDO BARBOSA
Outro famoso produtor que veio se juntar ao quadro da Tupi foi Haroldo Barbosa. Ele escrevia “A cidade se diverte”. Este programa foi depois para a Mayrink Veiga, com passagem  pela Nacional. Em “A Cidade” havia quadros muito engraçados, entre eles o de “Cazuza, o calouro que já vem gongado” numa alusão aos programas de calouros, populares  na época. Cazuza era interpretado por Germano que levava o público às gargalhadas aos contar sua  histórias. Ao final resolvia cantar e de tão ruim ganhava o gongo logo aos primeiros compassos.
Haroldo Barbosa escreveu também  em 1952 “Favelinha”. Barbosa tinha o dom de engendrar histórias engraçadas que iam sendo vividas pelos atores. Não havia piadas em profusão, mas situações hilárias. Os personagens eram habitantes de uma favela fictícia, daí o nome do programa.
Já pensaram num programa com tais personagens e vivido nesse ambiente hoje, com esse título? Certamente seria alvo de críticas. Mas naquela época ninguém dava conta disso.
“Favelinha” tinha personagens e intérpretes fixos: o de João Fernandes era um tipo sofredor em que tudo de ruim acontecia com ele.
Abel Pêra,  pai de Marília Pêra, viviam um português dono de um mercearia e que viva sempre de olho numa mulata que vivia nas imediações.  Hamilton Ferreira era o dono da casa que recebia os amigos e onde a maioria das coisas acontecia. E Otávio França era uma espécie de “sabe tudo” do pedaço.

“Favelinha” ia ao ar  aos sábados às 8 da noite, sob o patrocínio do Talco Ross.
Haroldo Barbosa se juntou a Max Nunes e Antonio Maria na produção noturna da Tupi

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