A
Rádio Tupi do Rio era a segunda colocada no Ibope nos anos 50. Possuía um
grande elenco de cantores, músicos, radioatores e locutores.
Quando
reconstruiu seu auditório em substituição ao que havia sofrido incêndio em
1949, o Cacique do Ar como era chamada a Tupi, mantinha todas as noites, a
partir das 20 horas programas que iam do musical ao humor. Redatores veteranos
como Max Nunes e Haroldo Barbosa retornaram á emissora, juntando-se a J.Ruy,
Almirante, José Mauro e Antonio Maria, que já lá estavam..
Max Nunes que estava na Nacional voltou para a Tupi
Hamilton Ferreira, aqui ao lado de Vagareza, fazia drama e humor
Maestro Aldo Taranto produzia arranjos para os programas montados
Músico Paulo Moura troca ideias com Maestro Cipó.Foto dos anos 70.
Maestro Carioca possuía um programa semanal a frente da Orquestra Tupi no Maracanã dos auditórios. Depois migraria para a Mayrink Veiga.
Maestro Carioca e a Orquestra Tupi, ainda no antigo auditório, no final dos anos 40.
Radioatriz Maria do Carmo fazia novelas a tarde e humor na programação noturna
A direção da Tupi foi buscar astros-cantores em
outras emissoras. Chegaram Dalva de Oliveira, Ataulfo Alves, Silvio Caldas,
Doris Monteiro, Caymmi, Linda e Dircinha Batista entre outros. Maestros como
Cipó, Carioca e Severino Araujo passaram a ter programas próprios, enquanto arranjadorers como Aldo Taranto e Orpheu se encarregavam das trilhas doi programas produzidos por Almirante e José Mauro. Humoristas
como Lauro Borges e Castro Barbosa, vieram se juntar a Hamilton Ferreira,
Orlando Drumond, Matinhos, Nadia Maria e Nancy Wanderley.
Dalva de Oliveira possuía um programa exclusivo semanal
Ida Gomes, radioatriz dramática: atuava em novelas e nos programas montados a noite. Foi sucesso, posteriormente, nas telenovelas.
Paulo Porto, galã no radioteatro, depois também se consagrou na televisão e no cinema
Almirante uma das maiores figuras do rádio em todos os tempos e um grupo de artistas
Linda Batista, veio dos shows nos cassinos para o rádio. Atuou décadas na Tupi
José Mauro escrevia programas montados, ou seja com orquestra, cantores e radioatores
Castro Gonzaga: outro que fazia drama e comédia. Também escrevia programas e novelas.
Depois foi para a Nacional
UM POUCO DE MAX NUNES NA TUPI.
Quando
retornou à Tupi em 1952, Max Nunes levava em sua pasta uma série de
projetos de programas humorísticos que,
mais tarde conquistariam destaque no rádio da época.
Um
deles era “Aquela casa de família” todas as quintas-feiras às vinte e uma e
cinco, sob o patrocínio dos Vinhos Catete.
Lauro
Borges e Castro Barbosa, que já se encontravam na PRG-3 compunham o elenco, que
tinha também os versáteis Hamilton Ferreira e Nancy Wanderley.
Engrossando o grupo havia também nomes de respeito como
Nadia Maria, Matinhos,João Fernandes (que deixara a Nacional para retornar anos
depois), Castro Gonzaga (que também depois foi para a Nacional e escrevia
novelas) Terezinha Moreira, Maria do Carmo, Avalone Filho e Otávio França.
A
orquestra que fazia as passagens musicais era a
Tabajara da Severino Araújo.
À
primeira vista o programa poderia parecer, pelo título um arremedo do “Edifício
balança, mas não cai”.
Não
era.
“Aquela
Casa” possuía uma linha, uma história completa, ao contrário do “Balança” que
eram piadas e quadros independentes.
Como dissemos anteriormente, Tupi queria lotar o seu novo auditório, reconstruído no quinto
andar. O grande auditório com
capacidade para 1.500 pessoas sentadas, contra os 432 da Nacional fora
inaugurado por ocasião da Copa de 1950 daí o nome que recebeu: “O Maracanã dos
auditórios.
ANTONIO MARIA
“Rua da alegria” produzido por um jovem chegado de
Pernambuco, que além de escrever crônicas e programas humorísticos, narrava
futebol e era excelente compositor. Seu nome: Antonio Maria. O programa narrado
por ele mesmo, era uma sátira aos
problemas urbanos de forma inteligente, contando com a interpretação do elenco
de radioteatro da PRG-3.
O
locutor era Osvaldo Luiz com passagens
musicais a cargo da Orquestra Tupi sob a regência do famoso maestro Cipó. Ia ao
ar todas as segundas-feiras às vinte e uma e cinco, patrocinado por Iodalbe um
remédio para o coração, muito conhecido na época.
Antonio Maria: criatividade e versatilidade. Foi também um grande compositor.Depois foi para a Mayrink Veiga.
HAROLDO BARBOSA
Outro
famoso produtor que veio se juntar ao quadro da Tupi foi Haroldo Barbosa. Ele
escrevia “A cidade se diverte”. Este programa foi depois para a Mayrink Veiga,
com passagem pela Nacional. Em “A
Cidade” havia quadros muito engraçados, entre eles o de “Cazuza, o calouro que
já vem gongado” numa alusão aos programas de calouros, populares na época. Cazuza era interpretado por Germano
que levava o público às gargalhadas aos contar sua histórias. Ao final resolvia cantar e de tão
ruim ganhava o gongo logo aos primeiros compassos.
Haroldo
Barbosa escreveu também em 1952
“Favelinha”. Barbosa tinha o dom de engendrar histórias engraçadas que iam
sendo vividas pelos atores. Não havia piadas em profusão, mas situações
hilárias. Os personagens eram habitantes de uma favela fictícia, daí o nome do
programa.
Já
pensaram num programa com tais personagens e vivido nesse ambiente hoje, com
esse título? Certamente seria alvo de críticas. Mas naquela época ninguém dava
conta disso.
“Favelinha”
tinha personagens e intérpretes fixos: o de João Fernandes era um tipo sofredor
em que tudo de ruim acontecia com ele.
Abel
Pêra, pai de Marília Pêra, viviam um
português dono de um mercearia e que viva sempre de olho numa mulata que vivia
nas imediações. Hamilton Ferreira era o
dono da casa que recebia os amigos e onde a maioria das coisas acontecia. E
Otávio França era uma espécie de “sabe tudo” do pedaço.
“Favelinha”
ia ao ar aos sábados às 8 da noite, sob
o patrocínio do Talco Ross.
Haroldo Barbosa se juntou a Max Nunes e Antonio Maria na produção noturna da Tupi
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