A MARINHA
NAS ONDAS DO RÁDIO
A gloriosa Marinha do Brasil sempre mereceu
do velho rádio um certo destaque. Alguns
pontilhados de coincidências curiosas, cheios de histórias e
hilaridades. e outros de momentos dramáticos.
O BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Um exemplo desse drama foi o vivido pelo país, quando, durante a Segunda Guerra, nossos navios mercantes passaram a ser torpedeados pelos submarinos nazistas, sem que o Brasil estivesse em guerra com a Alemanha de Hitler.
O BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Um exemplo desse drama foi o vivido pelo país, quando, durante a Segunda Guerra, nossos navios mercantes passaram a ser torpedeados pelos submarinos nazistas, sem que o Brasil estivesse em guerra com a Alemanha de Hitler.
Dezenas de navios mercantes brasileiros torpedeados:
morte de centenas de civis
O paquete Cayru foi torpedeado no litoral dos Estados Unidos
Protesto popular:
Brasil declara guerra à Alemanha Nazista
1941: no ar "o primeiro a dar as últimas"!
Heron Domingues:
o mais famoso locutor do Repórter Esso pela Nacional
FALANDO DE ALMIRANTE
Deixando um pouco de lado os dramáticos fatos que levaram o governo do Presidente Vargas a declarar guerra à Alemanha Nazista, gostaria de lembrar que uma das figuras mais importantes da história de nosso rádio foi Almirante. Não aquele almirante, cuja biografia enche de glórias as galerias do Clube Naval, mas outro: Henrique Foréis Domingues, a quem o rádio tanto deve. Vamos falar um pouco dele saindo dos anos 40 e voltando aos anos 20.
Deixando um pouco de lado os dramáticos fatos que levaram o governo do Presidente Vargas a declarar guerra à Alemanha Nazista, gostaria de lembrar que uma das figuras mais importantes da história de nosso rádio foi Almirante. Não aquele almirante, cuja biografia enche de glórias as galerias do Clube Naval, mas outro: Henrique Foréis Domingues, a quem o rádio tanto deve. Vamos falar um pouco dele saindo dos anos 40 e voltando aos anos 20.
Almirante, quando entrou para o rádio
Em 1926, aos 18 anos , Almirante foi fazer a reserva naval na Marinha de Guerra
do Brasil, estudando de noite. No ano seguinte, no dia 5 de julho, participou das solenidades
históricas de recepção do hidroavião
Jahú que chegara ao Rio, após a gloriosa travessia do Atlântico.
O heroico hidroavião Jahu:travessia histórica do Atlântico em 1926
Em um carro aberto, que cruzava as ruas da
capital, ia o Capitão Matias da Costa, dirigente da reserva,
sentado na frente, enquanto que o marinheiro Henrique, atrás, como ordenança
seguia instalado em um banquinho, todo duro e engomado. Na rua, perguntavam:
Quem é o da frente?
-É o
comandante!
-E aquele aí
atrás?
-Ah, esse
deve ser o Almirante!
O apelido
pegou. E o reservista naval Henrique Foréis Domingues foi definitivamente “promovido”
a Almirante, para glória do rádio, do
cinema e da música popular brasileira. É que, após servir à nossa Armada,
mordido pelo meio de comunicação que despontava nos anos 20, depois da baixa,
incorporou-se ao grupo de pioneiros que fundavam o rádio no Brasil.
OS TRÊS GRANDE NOMES DO RÁDIO BRASILEIRO
Professor Roquette-Pinto introduziu o rádio no Brasil
Adhemar Casé trouxe profissionalismo ao rádio
Almirante:
gênio criativo, deu nova dimensão ao veículo
Os
estudiosos dos primórdios do rádio, destacam três nomes: Edgard Roquette-Pinto,que introduziu o rádio no Brasil, Adhemar Casé que trouxe o profissionalismo ao
veículo e Almirante, criador do rádio espetáculo, graças ao seu enorme talento
e criatividade.
Voltando a falar de Almirante, gostaria de dizer que ele tinha orgulho de ter sido marinheiro.
Prova disso está numa cena do filme “Alô, alô carnaval” de 1937 em que ele,
vestido de marinheiro, canta com Lamartine Babo, a marchinha, que lembrando
Luiz de Camões, dizia: “As armas e os
barões assinalados/ Vieram assistir
ao carnaval/ Cantando espalharei por toda parte/ que o porta estandarte vai ser seu Cabral”.
Lamartine Babo:
genialidade na composição musical
Nascido e criado em Vila Izabel, Almirante, foi um dos componentes do famoso Bando dos Tangarás, que reunia ainda Henrique Brito, Braguinha e Noel Rosa.
Nascido e criado em Vila Izabel, Almirante (no centro, ao microfone) e o famoso Bando dos Tangarás com Henrique Brito, Braguinha e Noel Rosa (de branco).
Almirante produziria para o rádio programas
importantes: o pioneiro Curiosidades
Musicais e outros como Rádio
Almanaque Kolynos, Incrível,
Fantástico, Extraordinário e Caixinha de
música.
Almirante, era anunciado pelo slogan "a maior patente do rádio brasileiro",criado por Cesar Ladeira.
Digo que criou o rádio espetáculo, através do que se chamou na
época de programas montados, pois
contavam com numeroso elenco reunindo radioatores, orquestra, cantores e coral.
Orquestra da Nacional
Foi ainda um grande pesquisador musical resultando no importante Arquivo Almirante que hoje se encontra incorporado ao Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro.
EMILINHA BORBA, A FAVORITA DA MARINHA
Mas a referência do rádio à nossa Marinha não se restringe apenas aos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial nem a Almirante.
Mas a referência do rádio à nossa Marinha não se restringe apenas aos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial nem a Almirante.
Lembraríamos aqui que a querida Emilinha Borba
foi eleita “a favorita da Marinha” em 1947. No ano seguinte foi a “favorita dos
marinheiros” fechando o ciclo em 1949 com o título de “favorita permanente da
Marinha”. Não me perguntem quais eram os critérios para a concessão dos títulos. Contudo é inegável que eles eram
mais uma prova da simpatia e do carisma
da famosa cantora.
PROGRAMA VIVA A MARINHA .
Na Rádio Nacional, inúmeros programas se dedicaram aos gloriosos feitos de nossa Armada. Nos difíceis anos quarenta, diversas radionovelas incluíam em seus enredos os feitos da Marinha na defesa de nossos navios mercantes, como dissemos acima, bombardeados pelos submarinos alemães. Programas jornalísticos davam destaque ao drama vivido por essas embarcações. Viva a Marinha! escrito por Luiz Felipe Magalhães, do final dos anos quarenta e que ia ao ar nas noites de quintas-feiras, era um lindo programa com radioatores, orquestra e coro onde eram dramatizados feitos da guerra do Paraguai e outras batalhas memoráveis de nossa história.
Na Rádio Nacional, inúmeros programas se dedicaram aos gloriosos feitos de nossa Armada. Nos difíceis anos quarenta, diversas radionovelas incluíam em seus enredos os feitos da Marinha na defesa de nossos navios mercantes, como dissemos acima, bombardeados pelos submarinos alemães. Programas jornalísticos davam destaque ao drama vivido por essas embarcações. Viva a Marinha! escrito por Luiz Felipe Magalhães, do final dos anos quarenta e que ia ao ar nas noites de quintas-feiras, era um lindo programa com radioatores, orquestra e coro onde eram dramatizados feitos da guerra do Paraguai e outras batalhas memoráveis de nossa história.
Manoel Barcelos era o narrador de Viva a Marinha
Orquestra da Rádio Nacional dava brilho ao programa
Lembro-me bem, nos meus
tempos de garoto, ouvir o programa
retratando A tragédia do Baependy, que torpedeado pelos nazistas
no litoral de Sergipe em 15 de agosto de 1941, causou a morte de 270 pessoas,
inclusive mulheres e crianças, provocando consternação nacional e que levou
Getúlio Vargas a decidir pela entrada do Brasil na Segunda Guerra.
Viva a Marinha possuía um lindo prefixo
musical executado pela orquestra e coro da Nacional com versos que diziam:
No mar ou na terra,
salve a nossa Marinha de Guerra,
avante brasileiros!
Viva a Marinha!
O programa
possuía um narrador que contava as histórias interpretadas pelos atores,
intercalando-se passagens e números musicais.
Famoso quadro da Batalha Naval de Riachuelo
UM FATO HILARIANTE
Certa noite, um desses programas retratava um sangrento episódio da Batalha de Riachuelo. Em meio à dramatização o ator Rodney Gomes interpreta um médico, enquanto Domício Costa vivia um marinheiro. Desesperado o médico dirigindo-se ao marinheiro exclama:
Certa noite, um desses programas retratava um sangrento episódio da Batalha de Riachuelo. Em meio à dramatização o ator Rodney Gomes interpreta um médico, enquanto Domício Costa vivia um marinheiro. Desesperado o médico dirigindo-se ao marinheiro exclama:
Envie estes
feridos para a enfermaria!
No que o
marinheiro responderia:
Impossível,
doutor! Muitos feridos! A enfermaria
está cheia!
Contudo, no
clímax da dramatização, a batalha comendo solta, Domício Costa atrapalha-se
e exclama!
Impossível,
doutor! Muitos feridos! A enfermeira está cheia!
O
estrondo de um tiro de canhão,
afortunadamente, e um acorde providencial da orquestra abafaram os risos do
elenco e o programa seguiu sem que os ouvintes percebessem.
Domício Costa, excelente ator, trocou as letras.
Rodney Gomes
Ao final da
transmissão, nos bastidores, a gozação do elenco foi em cima do excelente Domício
Costa, que sequer percebera o erro. Mas, Rodney, sacana, perguntou a Domicio
Afinal,
Domício, quem encheu a enfermeira?
O que o grande Domício respondeu, não tenho coragem de publicar. Ambos eram meus amigos. No momento em que conto esse fato, os reverencio, pois eram excelentes profissionais.
CONCLUSÕES
O que o grande Domício respondeu, não tenho coragem de publicar. Ambos eram meus amigos. No momento em que conto esse fato, os reverencio, pois eram excelentes profissionais.
CONCLUSÕES
Relembrei aqui, portanto, amigo leitor,
alguns fatos pitorescos que mostraram, como
a Marinha do Brasil, navegando nas ondas do rádio, cruzando os mares da
imaginação dos ouvintes, os fez viajar
pelos feitos gloriosos de nossa Armada.
Viva a
Marinha!
O autor do blog
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Excelente!!! Parabéns!!!
ResponderExcluirObrigado por seu carinho e incentivo!
ExcluirGrande Roberto, parabéns. Ouvi muitos programas da nossa querida Nacional.
ResponderExcluir.
Obrigado por se manifestar. Grande abraço!
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