segunda-feira, 26 de junho de 2017

AINDA MULHERES NO RÁDIO

FALANDO DE DUAS GRANDES NOVELISTAS QUE COMEÇARAM NO RÁDIO E PASSARAM PARA A TELEVISÃO.


IVANY RIBEIRO

Ivany Ribeiro: retratos da vida no rádio e na televisão

Sabe quem foi  Cleyde Alves de Freitas Ferreira? Pois é, nada mais nada menos do que o verdadeiro nome de , Ivany Ribeiro, uma das maiores novelistas de todos os tempos. Nos primórdios de sua carreira, primeiro foi o rádio e depois veio a televisão. Radionovela ou telenovela? Não importa, pois essa paulista da cidade de São Vicente, que nasceu em 20 de Fevereiro de 1916 foi a produtora  que mais escreveu novelas em todos os tempos.
Jovem cuja sensibilidade captava os anseios e frustrações do grande público

 Formada na  escola normal de  Santos, Ivany chegou a São Paulo com o objetivo de cursar a Escola de Filosofia, tendo como pretensão trabalhar no rádio. Ela já sabia muito bem o que queria. O início de sua trajetória no  veículo se deu quando, a Rádio Educadora, lhe ofereceu o emprego de intérprete de sambas e canções folclóricas. Como também era autora de alguns programas de rádio, logo ganhou notoriedade, mas alcançou mesmo maior sucesso quando, quando começou a radiofonizar filmes famosos e a escrever  novelas, onde atuava como radioatriz e também redigia os textos, tornando-se célebre. 

 Primeira mulher  a ter um programa de rádio que levava seu nome:Teatro Ivany Ribeiro



No rádio criou um programa de calouros: 
A hora dos neófitos onde lançou novos valores

Seus escritos ,  de grande apelo, abordavam temas na maioria das vezes atuais e  dentro da realidade do público. Dai o sucesso de suas radionovelas sucesso esse que desembarcou também na televisão quando esse veiculo começou a se popularizar no Brasil nos anos sessenta. Embora colaborando em todos os canais, foi na Rede Globo que marcou época.

TELENOVELAS DE IVANY RIBEIRO.
"Corações em Conflito" (1963 - Excelsior); "Ambição" (1964 - Excelsior); "Alma Cigana" (1963 - Tupi); "A Moça que Veio de Longe" (1964 - Excelsior); "A Gata" (1964 - Tupi); "Se o Mar Contasse" (1964 - Tupi); "A Outra Face de Anita" (1964 - Excelsior); "Onde Nasce a Ilusão"(1965 - Excelsior); "A Indomável" (1965 - Excelsior); "Vidas Cruzadas" (1965 - Excelsior); "A Deusa Vencida" (1965 - Excelsior); "A Grande Viagem" (1965 - Excelsior); "Almas de Pedra"(1966 - Excelsior); "Anjo Marcado" (1966 - Excelsior); "As Minas de Prata" (1966 - Excelsior);"Os Fantoches" (1967 - Excelsior); "O Terceiro Pecado" (1968 - Excelsior); "A Muralha" (1968 - Excelsior); "Os Estranhos" (1969 - Excelsior); "A Menina do Veleiro Azul" (1969 - Excelsior);"Dez Vidas" (1969 - Excelsior); "As Bruxas" (1970 - Tupi); "O Meu Pé de Laranja Lima" (1970 - Tupi); "A Selvagem" (1971 - Tupi - argumento); "Nossa Filha Gabriela" (1971 - Tupi); "O Leopardo" (1972 - Record); "Camomila e Bem-Me-Quer" (1972 - Tupi); "Mulheres de Areia"(1973 - Tupi); "O Machão" (1974 - Tupi - argumento); "Os Inocentes" (1974 - Tupi); "A Barba Azul" (1974 - Tupi); "A Viagem" (1975 - Tupi); "O Espantalho" (1977 - Record); "O Profeta"(1977 - Tupi); "Aritana" (1978 - Tupi); "A Deusa Vencida" (1980 - Bandeirantes - remake); "Cavalo Amarelo" (1980 - Bandeirantes); "Meu Pé de Laranja Lima" (1980 - Bandeirantes); "Os Adolescentes" (1981 - Bandeirantes); "Final Feliz" (1982 - Globo); "Amor com Amor Se Paga"(1984 - Globo); "A Gata Comeu" (1985 - Globo); "Hipertensão" (1986 - Globo); "O Sexo dos Anjos" (1989 - Globo); "Mulheres de Areia" (1993 - Globo - remake); "A Viagem" (1994 - Globo - remake); "Quem É Você?" (1996 - Globo - argumento).

Das radionovelas que Ivany escreveu para a Nacional e Tupi do Rio, não temos registros significativos. Apurei que estão arquivados  na Rádio Nacional apenas 4 radionovelas  de autoria de Ivany Ribeiro das muitas que ela escreveu para a emissora da Praça Mauá


1982; 
Nathalia do Vale e José Wilker em Final Feliz



JANETE CLAIR, UM DOS GENIOS DA RADIONOVELA.

Janete Clair: incrível capacidade de tecer tramas

Janete:
 imensa facilidade de produzir personagens marcantes

Vou falar agora dessa figura extraordinária de novelista .
Tudo começou em 1943 quando Janete fez um teste como radioatriz e locutora na Rádio Tupi-Difusora. Aprovada, decidiu seguir carreira, mesmo ganhando menos do que no laboratório em que trabalhava como bacteriologista. Dois anos depois, nos corredores da rádio conheceu, o então radioator Alfredo Dias Gomes. Cinco anos depois, estavam casados e morando no Rio de Janeiro. Em 1948, a ligação de Dias Gomes  com o Partido Comunista criou problemas na Rádio Tupi-Difusora e ele deixou a emissora. Mas se deu bem, pois foi  ser diretor de radioteatro na Rádio América. Janete acompanhou o marido e começou a escrever para ajudar no orçamento familiar. Mas em 1952 uma tragédia se abateu sobre o casal. Janete havia tido o primeiro filho, Guilherme. Mas o segundo filho ela perdeu por problemas de Rh, após algumas semanas e por isso não deveria mais ter filhos. 
Dedicou-se, então,  a Guilherme. “Fiquei inteiramente dopada  de 1952 a 1956 dedicada ao lar”, citou Artur Xexéu na bela biografia de Janete que ele escreveu em 1996 . 

Paulo Gracindo: 
protagonista de inúmeros galãs de Janete nas radionovelas



Estúdio de Radioteatro da Nacional nos anos 50.




Celso Guimarães de branco a esquerda, dirige os radioatores na fase dourada do radioteatro

Mas, finalmente em 1956 ela se recuperou e voltou a trabalhar, indo para a Rádio Nacional onde escreveria mais de 30 novelas.  
  A estreia foi com Perdão, Meu Filho. Foi nesse período que, por sugestão do radialista Octavio Gabus Mendes, ela passou a assinar “Janete Clair”. 
O sobrenome pelo qual seria conhecida pelo resto da vida era uma alusão a uma de suas músicas favoritas: Claire de Lune, do compositor erudito francês Claude Debussy.




Janete e Dias Gomes: casamento de talentos

Me lembro dos locutores, nos anos 50, anunciarem suas primeiras novelas, que eram patrocinadas pela Sidney Ross, pelo nome de Janete Dias Gomes.

As radionovelas de Janete já mostravam sua enorme capacidade de armar tramas, criar ganchos e montar situações que mantinham os ouvintes vidrados nos capítulos.Lembro-me muito bem de “Uma escada para o céu”  que ia ao ar às terças, quintas e sábados às 8 da noite sob o patrocínio de Melhoral.

Para Janete, "o radio é mais humano, mais perto da gente, mais perto do povo".

O extraordinário sucesso das radionovelas de Janete, eram apenas o prenúncio do que ela viria realizar na telinha.


Lembram-se dessa telenovela de Janete nos anos 60?

Elenco de Selva de Pedra.
 Anos 70.


Ivany Ribeiro e Janete Clair: ambas vindas do rádio para a televisão. Mais uma vez o rádio plantando o sucesso da televisão.






O autor do blog


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