segunda-feira, 16 de maio de 2016

TRIBUTO A CAUBY PEIXOTO


O CANTOR QUE FOI ÍCONE DE UMA ERA.
    Cauby era o caçula de seis irmãos (Aracy, Moacyr, Andyara, Aráken e Iracema); Alice (Mãe de Cauby, na época, com vinte anos) passaram por dificuldades depois da morte de Eliziário (Pai de Cauby), foram ajudados pela cunhada de Alice, conhecida como Dona Corina, a qual ajudou-os a se mudarem para Fonseca, bairro de Niterói. Para os seis, nenhum trauma. Cauby com o tempo foi fazendo amizades em seu novo bairro, juntamente com Aráken e Andyara. Durante sua infância, seu hobby era ir à praia para aperfeiçoar seus dotes de nadador. Já pré-adolescentes, aprontavam muito, tanto que apanhavam e tinham castigos rigorosos.
Sempre elegante e vaidoso

Zelo com a imagem

Despontou para o sucesso no final dos anos 40.
Sucesso com Conceição e Blue Gardenia

   A casa onde moravam inicialmente em , era moderna, e de alto custo na época. Só foi possível adquiri-la, com a ajuda de Dona Corina, que nunca faltava com sua atenção nas horas mais difíceis, desde de que Eliziário morreu. Na época, era uma casa grande com varanda, quintal, e três quartos. No Líder Esporte Clube de Niterói, chegou a ganhar prêmios por dançar. Cauby também gostava de ir a Santa Rosa em época de carnaval, para brincar no Ringue de Niterói. Os points animado de então. Com a devida ajuda de Dona Corina, ele se fantasiava com roupas cuidadosamente confeccionadas por ela. Cauby desde pequeno já gostava de roupas diferenciadas.
Um dos seus primeiros LPs



Cauby ainda bem jovem: ingresso também na tevê.


   Na adolescência foi considerado diferenciado, pois era vaidoso e sedutor (Mal sabia que seria considerado o homem mais bonito do Brasil, eleito por uma revista americana  nos anos 50).
Em uma família de músicos, Cauby passou a ter seus primeiros contatos, por meio de discos de seu irmão, Moacyr, que lhe mostrava canções de Sílvio Caldas e Orlando Silva. Ouvindo um dos discos de seu irmão, escutou a interpretação de Orlando Silva (que se tornou ídolo de Cauby), e se apaixonou pela canção "Rosa" do grande Pixinguinha e Otávio de Souza). O rádio já era veículo de massa mais popular na época, e todos gostavam de ouvi-lo. Além de tudo sua mãe e suas irmãs adoravam cantar.
  Em 1945, Seguindo o exemplo dos irmãos mais velhos Cauby tratou de ajudar nas finanças de casa, pois já tinha quinze anos. Passou então estudar à noite, e a trabalhar durante o dia no comércio. Mesmo sabendo que a música era sua meta Cauby ainda muito jovem nem sonhava com a reviravolta que estava para acontecer em sua vida.
Por esse tempo, Cauby foi trabalhar como vendedor em uma sapataria no centro do Rio de Janeiro, na rua  Gonçalves Dias, quase em frente á Confeitaria Colombo. Mas, Cauby, na flor de sua libido, encantou-se por uma mulher, e embaralhou-se ao oferecer-lhe um monte de pares de sapatos. A sujeita queixou-se ao seu patrão, um italiano de poucas palavras. Resultado: Cauby foi demitido.
A demissão não lhe rendeu maiores traumas. Tornou-se mais responsável e foi contratado pela  famosa Perfumaria Hermany, na mesma rua da sapataria. Na perfumaria ganhou títulos de melhor funcionário, pois estava encarando o comércio muito bem, mas nas vésperas de se tornar gerente, Cauby largou o emprego por causa da música.

Aqui ficava a Rádio Tupi onde ele estreou em rádio

Antes de pedir suas contas, Cauby foi até a Av. Venezuela, onde se localizava a Rádio Tupi. Apresentou sua carteira de trabalho, e foi fazer um testes para atuar num curioso programa da PRG-3, o "Cacique no Ar". Patrocinado pelo SESC do Rio e promovido pela pianista Babi de Oliveira, era o programa "Hora do Comerciário". Era perfeito para Cauby, porque ia ao ar aos sábados, das 18 h às 19 h, horário de sua folga. Ele esmerava-se ao máximo para fazer tudo direito e deu certo. Logo nas primeiras apresentações, em fevereiro de 1949  o novato teve os louvores da dirigente do programa. Já se destacava dos demais.
Seus admiradores buscavam aprender as letras
 das musicas que ele cantava no rádio



   Depois da "Hora do Comerciário", Cauby foi aos poucos tentando penetrar em outros espaços. E como sempre pedindo para dar "canjas" em Boates como a Vogue e procurando até mesmo em teatros. O ator e diretor Sérgio Britto lembra-se bem da primeira vez que viu o cantor. Foi no palco do Theatro Rival na Cinelândia, nos intervalos, entre uma mudança de cenário e outra, do espetáculo do grupo "A Brasiliana", criado pelo polonês Mieci Askanazy. Esse grupo fazia parte do cunho folclórico, explorando a arte negra. Para Sérgio, o mais espetacular em Cauby sempre foi sua entrada no palco, além do fato de cantar bem.
Cauby prosperando. Felizmente, no momento de honrar seus compromissos com as forças armadas, escapou de servir o Exercito. Motivo? Magro demais. Cauby, animado com o sucesso na Tupi e no Rival sentiu que nascera para cantar. Como nessa altura, entre 1949 e 1959, Moacyr e Andyara já estavam em São Paulo atuando na noite paulistana, seu lugar deveria ser lá também.
Com ajuda  de seus irmãos (já na música) Cauby teve a primeira oportunidade de realizar sua primeira gravação. Foi em 1951 , um ano antes da contratação pela emissora em meio aos festejos carnavalescos daquele ano, uma época profícua para o meio fonográfico. Os executivos da etiqueta Carnaval convocaram Cauby para que gravasse seu primeiro 78 rotações.
Seu primeiro 78 rotações 


   É bom citar mais uma vez que Cauby  possuía raízes musicais:filho de um violonista conhecido como Cadete, sobrinho do famoso Nonô (Romualdo Peixoto), grande pianista, que popularizou o samba naquele instrumento, além de primo de Ciro Monteiro, grande cantor brasileiro que se imortalizou com o apelido de "Formigão", cantando sambas sincopados com o acompanhamento de caixinhas de fósforos. Seus irmãos também se destacaram na área artística: Moacyr Peixoto como pianista, Arakén Peixoto como trompetista e Andyara como cantora. Estudou em um colégio de padres salesianos em Niterói, onde chegou a cantar no coro da igreja. no Rio.
Contratado pela Nacional em 1954: 
 apresentações  nos programas de Manoel Barcelos e Paulo Gracindo



Bastidores da televisão com Ellis Regina

No ano 2000, sofreu uma intervenção cirúrgica para a colocação de seis pontes de safena no coração.Muitos pensavam que ele iria se afastar dos palcos, mas retornou com força total e trabalhou até poucos dias antes de adoecer.  Considerado um dos mais populares cantores do Brasil e um dos mais bem sucedidos remanescentes da Era do Rádio. 
   Um dos maiores cantores brasileiros de todos os tempos, ícone da uma época.Dos fãs clubes, das loucuras dos programas de auditório e das admiradores que o atacavam e rasgavam seus ternos. Dizem que seu empresário Di Veras, mandava costurar os bolsos de seu paletó com pouca linha. Assim, a um leve puxão lá se ia o bolso e até as mangas.Mas Cauby  resistiu aos truques de sensacionalismo e se firmou como grande astro.  
Delírio no auditório quando ele entrava no palco da Nacional

Carteira profissional na Nacional: 
admitido em primeiro de maio de 1954



Cauby recém contratado, no programa de Paulo Gracindo, aprecia Ângela Maria.

Cauby e Ângela Maria: 
sessenta anos depois dos programas de auditório

Faleceu neste 16 de maio aos 85 anos de pneumonia, em São Paulo, onde estava para a realização de um show com a cantora Ângela Maria, comemorativo aos 60 anos de carreira de cada um.

Um guerreiro até o fim

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