Roberto Salvador
PAULO
GRACINDO- PARTE 1 -
O SURGIMENTO DE UM MITO
Se eu
tivesse que citar um nome do velho rádio que reunisse entre muitos outros
artistas, maior talento e versatilidade
eu não pensaria duas vezes: Paulo Gracindo. Ele foi um radialista importante
desde o final dos anos trinta. Emocionando os ouvintes através das
radionovelas. Fazendo rir nos quadros de humor. (Acesse meu canal do Youtube para ver Paulo Gracindo no Edifício Balança mas não cai).
Paulo Gracindo, de branco,anos 40.
Ari Barroso de terno cinza. Auditório da Rádio Tupi
A vida
artística de Paulo Gracindo foi tão
vasta que não caberia apenas em
um episódio. Por isso vamos dividir o
tema em quatro partes. Nesta primeira parte vamos falar de sua chegada ao Rio e seu trabalho na rádio Tupi, onde ficou até 1949.
Paulo Gracindo no final dos anos 30
quando entrou na Tupi
E como aqui o assunto
é a História do Rádio, vamos nos restringir tão somente à trajetória de Gracindo no rádio.
Chegou ao Rio como soldado, vindo de Maceió, em plena Revolução de Trinta.Sem dinheiro, chegou a passar dificuldades. Ele tinha um sonho: queria ser artista. Mas também queria estudar. Tanto assim que se formou em Direito.
Era assim, após dar baixa e tentar a vida artística
Gracindo tenta o teatro:É o primeiro a esquerda, seguido de Procópio Ferreira e Dulcina de Moraes grandes nomes do teatro na época.
Novelista Luis Quirino e Olavo de Barros:
pioneirismo no radio teatro na Tupi
No teatro conhece o ator e
diretor Olavo de Barros. Assis Chateaubriand o homem forte da comunicação da
época, acabara de fundar a Rádio Tupi, isso em setembro de 1935. É quando Olavo
de Barros começa na Tupi a fazer umas experiências com um negócio chamado
“radioteatro”. Que na época tinha o nome de “teatro cego”. E logo depois Olavo de Barros monta um
pequeno grupo e lança então aquela que seria a primeira novela transmitida pelo
rádio: “Mulheres de Bronze”, em 1937.
Paulo Porto em Mulheres de Bronze,
primeira novela do rádio.
Norka Smith em 1937:
o papel feminino em Mulheres de Bronze
O
triângulo amoroso da trama era formado
por Paulo Gracindo e também por um jovem, que na vida real era professor de
Língua Portuguesa e que se transformaria no grande ator e diretor Paulo Porto,
que fez grande carreira tanto na rádio quanto na TV Tupi e no cinema nacional.
O papel feminino era vivido por Norka Smith. O sucesso de Mulheres de Bronze
foi tão grande que Olavo de Barros,
segue com outras novelas, sempre com Paulo Gracindo no papel principal.
Mas a
carreira como animador de auditórios chega,
graças a uma indicação de seu colega de radio Tupi, Ari Barroso. Ari irradiava futebol aos domingos e não chegava a tempo de fazer o programa de auditório. Indicou Gracindo para substitui-lo.Começa ai a carreira do animador.
Ari irradiava futebol
Quando era gol ele tocava uma gatinha.
Em meados dos
anos 40 a direção da Tupi decide criar uma programação de auditório, num
horário inédito: de onze da manhã a uma e meia da tarde. Chamava-se Rádio
Sequência G-3, uma ideia
de Gilberto
Martins, que logo emplaca sob o comando de Paulo Gracindo, que pertencia ao
radioteatro e foi chamado para conduzir o programa. Surge assim o programa
Paulo Gracindo .
Chacrinha magrinho anos 40:
inicio de carreira como tesoureiro de Rádio Sequência.
Jorge Veiga era o contrarregra de Rádio Sequência.
Gracindo lhe deu uma chance e virou cantor
Manoel de Nóbrega
escrevia quadros humoristicos em Rádio Sequência G-3
Silvino Neto
escrevia também quadros humoristicos para o programa
O horário de 11 a uma e meia
da tarde pegava os ouvintes
almoçando em suas casas, bares e restaurantes que ligavam o rádio a todo o
volume. Até nas calçadas do centro da cidade
se podia escutar Rádio Sequência G-3.
Ele era um “fantástico-show da vida” da era do rádio. Tinha de tudo um
pouco: poesia, humor, informação, promoções, sorteios, pontuado por muita
música e tudo ao vivo, com o público participando do auditório. Sob o comando
de Paulo Gracindo.O sucesso de Paulo
Gracindo nos programas de auditório da Rádio Tupi foi tão grande que ele passou
a ter participação na bilheteria, conforme encontrei noticiado na revista O
Cruzeiro de 12 de abril de 1947. Fernando Lobo
O cronista e radialista Fernando Lobo, pai de
Edu Lobo assim escreveu em sua coluna:
“Foi um sucesso na primeira segunda-feira em que o galã apareceu comandando o grande show. A praça em frente
ao prédio da Avenida Venezuela 43
recebeu uma multidão. O auditório
ficou lotado. E o animador está feliz pois tem 25 % da bilheteria.
Prédio onde ficavam os estúdios da Rádio Tupi até os anos 50.
Hoje abandonado
Em nossa próxima postagem falaremos do Paulo Gracindo, amigo e colega que ajudou muita gente a subir no rádio.Por este motivo o título será Paulo Gracindo, o Bem Amado.
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E não perca a continuação da vida de Paulo Gracindo no Rádio!
Até a próxima!
então gostou? Nosso objetivo é preservar a memória do velho rádio.