PAULO GRACINDO, O BEM AMADO
Roberto Salvador
Paulo Gracindo, o Bem Amado não é apenas o título de um lindo filme que Gracindo Junior produziu , homenageando o pai. Nem, tampouco o titulo da famosa novela da Globo que correu o mundo nos anos setenta. É também a revelação da personalidade de um homem engajado em causas nobres e mais do que tudo, preocupado em ajudar e prestigiar colegas que estavam começando.
Paulo Gracindo, de branco gesticula, conduzindo seu programa: animação aos domingos.
Como já dissemos, sua trajetória é vasta e por isso vamos apenas falar do Paulo Gracindo do rádio. No final de 1949 e inicio de 1950 ele deixa a Tupi, e se transfere para a Nacional, que já ocupava o primeiro lugar no Ibope e era a maior emissora do país.
O programa do Cesar tinha um prefixo musical cantado pelos 4 Azes e um Coringa. Foi ai que a direção musical da rádio determinou que Gracindo tivesse também uma música que abrisse seu programa. O prefixo musical, como se chama no jargão radiofônico. E surgiu a melodia, cuja letra é de Uriel Azevedo e a melodia do pianista Amirton Valim. Se vocês visitarem meu canal no Youtube sobre a História do Rádio, poderão ouvir o próprio Gracindo cantando a melodia.
Está na hora louca, de cantar assim comigo. Faz nascer na boca, o nome do Programa Paulo Gracindo. Louras e morenas, fazendo alegre união, cantando em coro dizem todas as pequenas: programa do meu coração.
O embora muita gente não saiba, o animador também compunha marchinhas de carnaval e chegou a ganhar vários carnavais. Ele promovia suas marchinhas em seu programa aos domingos e no Balança mas Não cai.
Gracindo, com frequência usava
seus programas de auditório para se engajar em campanhas. Ainda na Tupi ele
aderiu à campanha Pró-Estreptomicina um
antibiótico muito caro, que combatia a tuberculose e inúmeras outras infecções que grassaram nos anos 40.
No final dos anos 50 eu ancorava O Programa de Estudantes,
dirigido pela professora Maria de Lourdes Alves pela Nacional. E aderimos à
campanha de Paulo Gracindo que combatia com veemência, os fogos de estampido, que como sabem,
provocavam e provocam acidentes e transtornos. Eu e Gracindo nos empenhamos e
a campanha repercutiu pela Rádio
Nacional. Passou a existir mais conscientização e surgiram várias leis
municipais e estaduais proibindo os fogos de estampido. Mais ou menos né!? Hoje há projetos de Lei tramitando no Congresso. Meio Ambiente na história...etc.. Mas o fato é que o Brasil é
um país de fogueteiros e as coisas fazem
muito barulho e as vezes, não dão em nada. Mas é bom lembrar que essa discussão
começou com Paulo Gracindo no início dos anos 60!
O radialista gostava de ajudar as pessoas e prestigiava sempre os principiantes em que ele farejava talento. Quando via que um colega tinha potencial ele o ajudava na carreira. Há inúmeros casos, mas vou me restringir a apenas alguns.
E assim surgiu um grande radioator, que se consagraria também na televisão e na dublagem. Graças ao empurrão do Paulo Gracindo. Quanto a Geraldo José se transformaria no maior especialista em efeitos especiais que o Brasil conheceu.
Sempre fui muito amigo de Geraldo José e foi ele quem me contou, com muita emoção a ajuda que recebeu de Gracindo no inicio de sua carreira.
Visitei recentemente Orlando Drumond. Ele tem mais de 102 anos e me confessou, emocionado, que "Gracindo foi um anjo que surgiu na minha vida, lá nos anos 40".
que se tornou diretor de alguns de seus sucessos
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